Um ano muito difícil está chegando ao fim. Realmente, 2020 virou o mundo de cabeça para baixo, não é mesmo? Se em 2019 alguém tivesse dito que o ano seguinte seria marcado por uma pandemia, talvez nem teríamos acreditado. O ano que está terminando realmente foi contra todas as previsões. E agora, quais são as perspectivas para 2021?
É exatamente sobre isso que vamos falar no artigo de hoje, afinal, quando chega o fim de um ano, chega a hora de se preparar para o próximo que está se aproximando. Boa leitura e, claro, um feliz ano novo, repleto de esperança, prosperidade e saúde!
Antes de falar sobre as perspectivas para 2021, vamos recapitular o ano de 2020
2020 começou com um clima de otimismo e retomada econômica, depois de uma grande recessão, afinal, os juros estavam os mais baixos da história, o risco país havia diminuído, a inflação estava abaixo do esperado, o crédito estava facilitado e os empresários estavam confiantes, abrindo caminho para um ano próspero. Porém, as coisas não saíram como planejado devido à pandemia.
Ao final de 2019, esperava-se que a economia brasileira cresceria em 2,32%. Em julho de 2020, o FMI previu uma queda de 9,1%. Em outubro, a entidade melhorou a previsão, prevendo queda de 5,8%. Mesmo assim, a taxa ficou o oposto do esperado.
Assim como todo o mundo, o Brasil perdeu o rumo da economia diante da pandemia e a situação ficou insustentável já que muitas empresas tiveram que fechar suas portas por tempo indeterminado para conter a pandemia. Porém, poucas empresas conseguem se manter vivas após um longo período sem faturar, o que ocasionou a morte de milhares de empresas em nosso país e, consequentemente, o aumento do desemprego que atingiu a marca de 13,7 milhões de brasileiros em agosto.
Além da perda de mais de um milhão de vidas, a pandemia deve colocar cerca de 90 milhões de pessoas na pobreza este ano, isto é, abaixo da linha de 1,9 dólar ganho por dia. No Brasil, houve o auxílio emergencial, mas ainda não se sabe se o mesmo será mantido.
As áreas mais afetadas, diferentemente das outras crises, não foram as indústrias, mas sim, comércio, turismo, hotelaria e entretenimento, que dependem de interação pessoal para manterem suas operações.
Por fim, o Brasil mostrou uma enorme vulnerabilidade da moeda ao longo do ano. O real foi a moeda que mais se desvalorizou numa lista de 30 países conforme dados da Reuters.
E quais as perspectivas para 2021?
Quando as coisas começaram a dar sinais de melhora, a pandemia entrou em sua segunda onda, o que provocou novas incertezas e tornou as perspectivas para 2021 mais turvas. Porém, os avanços das vacinas têm gerado esperanças para que 2021 seja o início da retomada, mesmo que ainda tenhamos muitas incertezas e riscos pela frente, principalmente, pela perda do poder de compra de consumidores, o encerramento dos auxílios-emergenciais e o risco fiscal.
Infelizmente, a pandemia provocou estragos que acarretarão uma ascensão longa e difícil. Como perspectivas para 2021, a projeção que antes era de avanço de 3,6% caiu para 2,8% no Brasil. O valor do PIB mundial em 2021, deverá estar, apenas, cerca de 0,6% acima do que foi registrado em 2019. Conforme o Banco Central, em 2020 o PIB brasileiro reduzirá em torno de 5% em 2020, mas, em 2021, a recuperação será superior a 4%.
A B3 afirma que as perspectivas para 2021 são positivas para o mercado no mundo, com um crescimento bastante significativo do mercado de capitais acompanhado de uma maior liquidez devido aos estímulos monetários e fiscais, como cortes de juros e injeções de dinheiro.
A crença nas vacinas tem colocado o mundo em esperança de retomada e crescimento econômico, trazendo novos empregos, crescimento de empresas e oportunidades de negócios. Isso tudo já tem se refletido na bolsa e na valorização das ações que antes estavam enfrentando muitas perdas.
Conforme dados do Banco Safra, 2021 pode representar uma retomada, pois a natureza da crise da Covid-19 é diferente das demais crises e seu maior obstáculo é a persistência de um alto número de óbitos e as restrições impostas à economia para que esse número não aumente. Assim que os números começarem a cair em 2021, o mercado de trabalho terá condições de voltar a funcionar.
Oportunidades diante das perspectivas para 2021
Para que as empresas voltem a prosperar, é preciso muito preparo. Para isso, é extremamente necessário analisar o mercado, identificar oportunidades e ameaças, desenhar e redesenhar seu modelo de negócios, focar em diferenciais e vantagens competitivas, planejar estratégias e ações, focar em digitalização e inovação e ter muita disciplina para planejar, executar, aprender, ajustar e melhorar sempre.
A Covid-19 mostrou a importância da tecnologia e da digitalização para a sobrevivência e o crescimento das empresas. Isso será mantido mesmo com o fim da pandemia, afinal, o mundo mudou a forma de viver, se relacionar e consumir e os negócios que não se adaptarem ao “novo normal”, provavelmente, não sobreviverão.
Além disso, algumas tendências iniciadas no ano de 2020, serão mantidas em 2021. Alguns exemplos:
– Com o real desvalorizado, o investimento em empresas brasileiras ficou atrativo para estrangeiros e isso pode ser uma excelente oportunidade para captar investidores;
– O Banco Central deve manter a taxa Selic baixa para estimular e trazer liquidez para a economia. Com as taxas mais baixas, é possível obter financiamento das atividades empresariais e, além disso, a população será estimulada a consumir, o que pode movimentar a venda das empresas;
– Como várias empresas infelizmente não resistiram ou não resistirão aos efeitos da crise, a competitividade tende a cair. Mas, para você sobreviver e sobressair frente às empresas que se manterão, sua empresa precisa ter diferenciais competitivos claros e uma boa gestão.
Negócios em alta nas perspectivas para 2021
Mesmo diante da crise, muitas empresas se mostraram resilientes e capazes de prosperar entendendo as novas demandas e se reinventando para manter as operações. Alguns exemplos são: saúde, e-commerce, delivery, bicicletas, logística, energia, tecnologia e educação. Os serviços não presenciais e de entrega estão em alta, principalmente nos setores de alimentação, tecnologia, delivery e vida saudável.
Ao mesmo tempo que empreender parece arriscado e incerto no momento atual, a criação e manutenção de negócios será fundamental para a recuperação econômica de 2021 e tem sido a alternativa buscada por milhares de pessoas diante da crise. Para isso, é preciso reconhecer e aproveitar as oportunidades, entender as novas demandas e sair na frente dos concorrentes. E há razões para acreditar em um ano melhor, afinal, mesmo durante a quarentena, foram abertos mais de 782 mil negócios no Brasil entre maio e agosto de 2020, conforme dados do Ministério da Economia.
Abaixo, listaremos os principais negócios que estarão em alta com base nas perspectivas para 2021, afinal, são nas crises que surgem as melhores oportunidades:
1 – Comércio Eletrônico:
Diante das medidas para conter o avanço da pandemia, nós tornamos ainda mais dependentes de computadores e celulares, seja para fazer compras, trabalhar, manter contato, fazer reuniões e ficar por dentro de notícias. Por isso, o comércio eletrônico se tornou a solução para que muitas empresas continuassem funcionando e vendendo na Internet, o que já era uma tendência antes mesmo da pandemia que foi apenas acelerada.
Quem não tinha presença digital, teve que se reinventar para manter as operações mesmo com as lojas físicas fechadas. Aplicativos de delivery também nunca foram tão utilizados. Quem conseguiu passar 2020 sem se adaptar ao comércio eletrônico, não terá saídas em 2021, já que a tendência será mantida.
Segundo o relatório Webshoppers, o segmento de e-commerce com maior aumento de ticket médio na pandemia foi o de produtos de informática, com aumento de 50% no valor médio de compra e crescimento de 101% no faturamento. Pessoas precisaram se adaptar ao trabalho remoto, por isso, esse foi um dos grandes impulsionadores para o aumento de artigos de informática, além da procura por serviços relacionados à área ou mesmo, de TI, para implementar o home office.
2 – Revenda de Produtos:
A economia colaborativa, conceito extremamente debatido na atualidade e que já é tendência há alguns anos, representa o entendimento de que, diante de problemas sociais e ambientais que se agravam a cada dia, a divisão deve necessariamente substituir o acúmulo. Isso foi ainda mais reforçado na pandemia, seja de produtos artesanais, roupas usadas, discos, livros ou o que sua criatividade permitir.
Esse movimento está ganhando forças até entre artigos de luxo. A alta do dólar, o aumento de preços em geral e a conscientização da população sobre um mundo mais sustentável para garantir a preservação dos recursos faz com que esse movimento ganhe forças a cada dia. Na pandemia, essa foi uma das estratégias adotadas para ganhar dinheiro, já que as pessoas estavam mais em casa e começaram a se desfazer de bens que não usavam mais.
3 – Saúde, higiene e beleza:
Durante a pandemia, sair para cuidar da beleza e da saúde se tornou mais difícil, mas as preocupações com estética, saúde e higiene foram mantidas e até aumentadas para conter a pandemia. Por isso, produtos e artigos de higiene, saúde e beleza ganharam força e isso não vai desaparecer nem com o fim da pandemia.
Nesse aspecto, vídeos e tutoriais online também ganharam destaque para manter a saúde, a higiene e a beleza sem sair de casa. Nessa linha de não sair, novamente, a entrega e o delivery se fazem muito necessários, econômicos e práticos.
Aqui também vale destacar a venda de cosméticos veganos, naturais ou artesanais seguindo a onda da consciência ambiental e sustentável. Conforme dados da plataforma Teads, 62% dos brasileiros acreditam que os cosméticos deveriam ser formulados apenas com ingredientes naturais e orgânicos.
4 – Comida saudável:
Ainda relacionado ao cuidado com a saúde, as comidas saudáveis ganharam destaque e muitos movimentos como vegetarianismo e veganismo foram difundidos, não só para uma vida mais saudável, como também, para cuidar da sustentabilidade. 8 em cada 10 brasileiros afirmam se esforçarem para ter uma alimentação mais saudável.
Segundo pesquisa recente do IBOPE, 14% dos brasileiros se diz vegetariano. Além disso, 55% dos brasileiros afirmar que consumiriam mais produtos veganos se os ingredientes estivessem indicados na embalagem e 60% escolheriam a opção vegana se tivesse o mesmo preço dos produtos que já consomem. Olha só o tamanho dessa oportunidade que até empresas que vendem carnes já estão aproveitando e lançando linhas vegetarianas ou veganas.
Por isso, quem tem ou pensa em ter um restaurante ou lanchonete, deve incluir em seu cardápio opções mais saudáveis, além de comidas vegetarianas, veganas, sem glúten e sem lactose, por exemplo. Lembre-se, também, de estar presente nos aplicativos de delivery e oferecer serviços de entrega, como já falamos anteriormente.
5 – Coworking:
Na pandemia, muitas empresas adotaram o Home Office, porém, não foi todo mundo que se adaptou a trabalhar em casa, buscando ambientes nos quais possam frequentar para trabalhar, desde que sigam todos os protocolos de segurança.
Por isso, espaços de coworking ganharam muita atenção e são modelos de negócios, até para empresas que tiveram dificuldade em manter em dia o aluguel e podem, através do coworking, utilizar salas, escritórios e estações de trabalho.
6 – Clubes de assinatura:
A compra com recorrência é global e isso promete se intensificar em 2021. Na pandemia, como forma de economizar, consumir e se entreter sem sair de casa, as assinaturas se tornaram mais frequentes para evitar ter que sair de casa.
No Brasil, o mercado de clubes de assinatura cresceu em 10% até setembro, conforme dados da Betalabs. Em 2015, eram apenas 300 empresas no setor. Hoje, já são quase 4 mil que movimentaram, juntas, mais de R$ 1 bilhão em 2019. Os segmentos que mais se destacaram foram: livros, bebidas, alimentos, cuidados pessoais e pets.
As possibilidades desse mercado são inúmeras: bebidas alcoólicas, doces, produtos naturais, alimentos saudáveis, chás, cosméticos, maquiagens, acessórios, cafés ou qualquer outro produto de consumo frequente para receber em casa. Já pensou em criar um clube de assinatura totalmente inovador e não explorado? Temos certeza de que será um sucesso.
7 – Negócios imobiliários:
O mercado imobiliário foi um dos mais resilientes durante a pandemia, com crescimento de 8,4% na venda de apartamentos conforme dados da CBIC. Os financiamentos também saltaram esse ano. Em setembro, foram 70,1% maiores que no mesmo período de 2019.
Isso se justifica, pois, na pandemia, as pessoas passaram a ficar mais em casa e valorizar o lar e a família, buscando ambientes mais aconchegantes para viver e trabalhar, já que sair de casa se tornou perigoso. Por isso, quem morava em apartamentos menores, optou pela compra de um lar maior, ou até, de casas.
8 – Locação e venda de carros e bicicletas, além de oficinas:
O transporte público passou a ser sinônimo de medo de contaminação durante a pandemia. Por isso, o movimento que, em 2019, estava se consolidando para a venda de carros e uso de transportes públicos com maior frequência, perdeu forças esse ano e aqueceu o mercado de venda e locação de carros e bicicletas para evitar compartilhar veículos.
A bicicleta ganhou força no ano de 2020, se mostrando como uma solução para transporte barato, mas também, como forma de lazer e prática de atividades físicas de forma isolada e em espaços abertos durante a pandemia. E isso tende a se manter no próximo ano.
Além disso, para acompanhar esse movimento, as oficinas também ganharão destaque no próximo ano, oferecendo serviços de manutenção e reparo.
9 – Infoprodutos:
Cursos online, e-books e videoaulas foram a tendência do ano de 2020 e continuarão no próximo ano. O vídeo ganhou uma enorme importância na comunicação durante a pandemia, já que é uma forma mais próxima e humanizada, uma vez que o isolamento social impede encontros físicos. Por isso, se você tem alguma habilidade, você pode aproveitar dessa oportunidade, criar videoaulas e vender na internet com uma enorme chance de escalar e atingir diversas pessoas, com baixo custo de produção e divulgação.
Como se preparar diante das perspectivas para 2021?
Antes de mais nada: seja otimista e coloque a cabeça no lugar para pensar estrategicamente diante das perspectivas para o próximo ano. Diante de tudo que ocorreu em 2020, busque extrair aprendizados que podem te ajudar a reerguer sua empresa, afinal, empreender é fazer diferente daquilo que todos fazem, por isso, é hora de enxergar oportunidades onde a maioria vê desafios.
Empreender é uma tarefa que apresenta diariamente novos desafios e oportunidades, principalmente, quando ocorrem mudanças tão aceleradas e obstáculos tão atípicos ao longo da jornada. Porém, o empreendedor deve sempre acompanhar o ritmo dos mercados e se atualizar para não ficar para trás. Inovação, diferenciação e digitalização serão mandamentos daqui para frente.
Comece “arrumando a casa”. Analise a situação atual da sua empresa para orientar os próximos passos e se planeje. Se a sua empresa ainda não está no mundo digital, é hora de investir no e-commerce, por exemplo. E comunique todos os novos passos da sua empresa ao mercado.
Além disso, entenda como está a saúde financeira da sua empresa. Sua empresa ganhou ou perdeu valor na crise? Quanto? Como o cenário ainda é incerto, simule cenários econômicos e financeiros e se planeje para cada um deles. Já pensou se todas as empresas tivessem todos os seus cenários simulados antes da pandemia? Talvez os impactos fossem bem menores.
Por fim, se organize e trace planos de ação para aproveitar todas as oportunidades que o novo ano vai trazer. E você pode começar a se preparar hoje mesmo através da nossa avaliação de empresas. Nela, além do valor da sua empresa, você encontrará informações valiosas sobre a sua empresa que podem te ajudar a começar o novo ano com o pé direito. Para isso, basta clicar no botão abaixo: